Análise pedagógica: explicação didática
Um Legislativo que além de corrupto, travou a governabilidade e um Judiciário que não cumpriu seu papel e permitiu que um réu conduzisse um processo. Todo peso recai sobre o Executivo.
Oras, qual a razão de adotar o sistema tripartite de poderes? Porque as competências de tais poderes são limitadas(vide:Teoria dos Freios e Contrapesos). Quando algo não vai vem é o todo que não está bem e a razão de não estar bem não pode ser atribuída a um, mas sim a um conjunto de fatores. Em uma democracia não se governa sozinho.
Eis a pergunta, agora que a 'capacidade postulatória', aos que não acompanham a Câmara dos Deputados é notória: estão seguros de que o problema do Brasil era o divulgado nas 'verdades' fast food da mídia?
Uma Câmara que se porta como adolescentes em sala de aula, manejando celulares e tirando selfies, batendo boca, vaiando e não conduzindo a pauta tem condições de tocar o país? Parlamentares que não sabem argumentar um voto, não têm conteúdo, desconhecem o próprio idioma, profanam a fé de muitos, desrespeitam a confiança neles depositada, fazem apologia à tortura, ditadura, preconceito, sexismo e se borram com medo de novas eleições são cidadãos aptos a ocupar uma das casas mais importantes do país?
É tempo de reflexão geral. Reflexão de coerência moral, não de blá blá blá moral. Qual interesse cada um de nós está disposto defender: o dos cidadãos ou o de hipócritas? Tudo não passa de um jogo pelo poder e o que está sendo sacrificado é a democracia, a soberania nacional. Não se trata de partido A ou partido B, não se trata de desgaste político. Há interesses maiores e externos e já mencionamos aqui antes.
O cidadão não ganha nada abrindo mão do seu espaço, nada irá melhorar. Os grupos que agem hoje ilegitimamente são os mesmos que sempre colocaram o país à mercê do mercado internacional e a realidade que vem por aí traz perdas de patrimônio nacional, arrocho salarial, aumento no desemprego(sim e muito), precarização nas condições de trabalho, aumento da inflação e outros tantos sacrifícios que quem vai pagar é a população, pois os ajustes são feitos na base do mercado. Quem já viveu tal realidade pode até acrescentar alguns itens a mais na lista.
Em linhas gerais, somando o contexto 2016, há mais um ponto a ser acrescentado: pactuando com atitudes que fraudam seus direitos foram abertos precedentes para a derrubada da maior conquista do brasileiro, o Estado Democrático de Direito, pois além de todas essas circunstâncias existe um forte aparelhamento fundamentalista rompendo o Estado Laico.