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Legados

Primeiramente, sou esquerda mais do que convicta, deixo claro que estou com Dilma, não aprovo novas eleições, sou contra essa baderna de religião e política que se tornou o legislativo e não apoio o neoliberalismo

No momento, com a pequena representatividade popular, uma reforma política é inviável, pois a base que deve ser refeita, não será tocada. Também não é o momento para constituinte ou qualquer outra mudança estrutural. Após 2018, se houver um legislativo condizente, talvez se possa aventar tal possibilidade.

Com o esperado retorno de Dilma, não jogarei em seus ombros o fardo da salvação, pois não compete a ela resgatar o país do peso de toda estrutura política corroída por muitas décadas, cujo resultado vimos estampado nestes últimos meses.

Qual a relação entre esses meses e as décadas anteriores? Um livro de história fidedigno explica e aclara, por isso não entrarei neste mérito. Pesquise.

Maior que tudo neste momento é a lição cada vez mais evidente. O brasileiro continua passivo quando o assunto é a luta pelos seus direitos.

Muitos legados foram deixados e não foram levados adiante.

Incrível ver que, em 2016, a Globo continuou fazendo a festa, sendo que na década de 80, Brizola já havia feito vários alertas e demonstrado seu poder de manipulação midiático.

Em 2000, no período da gestão Garotinho, Brizola também alertou quanto a Cunha. ["Veja este problema, com tantas denúncias e reclamações, talvez seja a pior parte do governo", disse o ex-governador. Brizola informou que o PDT enviou ontem um abaixo-assinado de seus militantes pedindo o afastamento de Eduardo Cunha, "devido à má-gestão e também aos seus antecedentes". http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc3103200026.htm]

Bem, onde quero chegar?

Não vou tecer críticas a políticos. Hoje, a conversa é com o cidadão. Não importa se é de esquerda, direita, não gosta de política ou se diz apartidário. O que importa é que todos estão sob o mesmo solo e suas atitudes e não atitudes implicam em problemas a todos.

Toda mudança que o Brasil precisa é estrutural.

O primeiro passo foi alavancado pelos movimentos populares, gostem ou não, o Partido dos Trabalhadores, preferi escrever por extenso, faz parte deste marco histórico. Novamente, gostem ou não, Luis Inácio Lula da Silva foi a voz ativa. Há muitos nomes, mas deixo o desafio da pesquisa, pois a quem desconhece, estudar é bom.

Mas do que estou falando aqui?

De uma herança, um legado de luta por direitos da classe trabalhadora. Pessoas como eu, como você, seu vizinho, seu irmão e tantos outros, que encaram a jornada diária e não somos acolhidos pela meritocracia mentirosa que nada mais é do que ouro de tolo. Este cenário, em se tratando da melhor das hipóteses, pois muitos viveram foram excluídos sem trabalho, sem nada.

Jogar fora o legado de luta pelo trabalhador e pela igualdade de direitos é a maior estupidez que o brasileiro pode fazer.

Se passaram 13 anos com o PT no poder.

Sim e é um bom tempo.

Mas o partido nunca governou sozinho. Lembre que acima foi mencionado sobre as décadas passadas. Você pesquisou? Pois bem, o sistema político não mudou. Governar sem ter maioria no legislativo não é uma tarefa fácil, ainda mais quando o assunto é aprovar pautas cujos temas são em prol do povo.

Não basta eleger o chefe do executivo, é preciso ter um legislativo consoante em ideias e princípios. Se assim não for, o governo eleito se vê obrigado a viver de alianças e você que votou em um legislativo fora de sintonia vai criticá-lo, lavando suas mãos a la Pilatos.

Por qual razão há todo um tumulto hoje no legislativo.

A resposta é simples: é um poder majoritariamente voltado às questões neoliberais.

A Casa do Povo foi vendida e sim, esta culpa é do eleitor, que caiu no conto do vigário.

Se o assunto for a programação da Globo ou um post fútil do Facebook, por exemplo, a repercussão é imensa. Caso seja perguntada uma questão política: grande parte não sabe, nunca ouviu falar ou repete a ladainha de outros.

Isto não é desconhecimento: é desinteresse, apatia e pergunto: até quando?(Não é uma exclusividade desta geração e também nada tem a ver com classe econômica, é um comportamento geral)

Como pode uma pessoa que se diz cidadã se portar assim?

A quem não sabe, a Constituição reserva à sociedade uma tarefa: sim, participar! É dever da sociedade ser participativa.

Participação não é ser fantoche. É ler, ter ideias próprias, conhecer seus direitos, entender os legados que nos são deixados.

Você acha justo jogar o legado de luta de popular e democrática no lixo?

Amassar essa luta histórica como papel higiênico usado?

Eu, tu, ele, nós, vós, eles

Somos a nação e não podemos deixar esse legado morrer.


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